O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou novo depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (11) onde explicou de que forma atuava para manter a ligação entre Bolsonaro e a cúpula do Exército.
Cid detalhou porquê mantinha informado o general Freire Gomes, então comandante da instituição, a respeito da possível trama golpista que ocorria no Palácio da Alvorada, no fim de 2022.
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De acordo com Cid, o general demonstrava preocupação com o tema, queria saber quem estava inflamando Bolsonaro e se o ex-presidente estava disposto a pôr em prática um decreto para anular as eleições daquele ano. As informações são do jornal O Globo.
Cid prestou esses esclarecimentos ao falar sobre as “atualizações” que deu ao general Freire Gomes sobre as minutas golpistas em um áudio enviado em 9 de dezembro.
“Boa tarde, general. Só para atualizar o senhor que vem acontecendo e o seguinte. O presidente tem recebido várias pressões para tomar uma medida mais, mais pesada onde ele vai, obviamente, utilizando as forças, né (…) A pressão que ele tem recebido é muito grande. (…) Ele enxugou o decreto, né? Aqueles considerandos que o senhor viu e enxugou o decreto, fez um decreto muito mais resumido”, diz a mensagem captada pela PF.
No último dia 1º, Freire Gomes foi ouvido por mais de 8 horas na PF em um depoimento onde implicou diretamente o ex-presidente na trama golpista. De acordo com a jornalista Míriam Leitão, o general contou que foi o próprio Bolsonaro quem lhe apresentou a minuta em uma reunião ocorrida em 7 de dezembro, no Palácio da Alvorada.
Segundo pessoas que acompanharam o depoimento, Cid também falou sobre os casos das joias e do cartão de vacinas onde ele também é investigado.
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