A defesa do ex-assessor Carlos Victor Carvalho, o “CVC”, que foi preso na mesma investigação que resultou em operação contra o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) expôs evidências de que o homem que chama o parlamentar de “meu líder” não estava em Brasília, no ato do 8 de Janeiro de 2023, como afirmou a Polícia Federal.
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A informação sobre a presença de CVC nos ataques aos Poderes da República foi um dos argumentos centrais da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que autorizou buscas na casa e no gabinente do parlamentar que é líder da oposição na Câmara dos Deputados. Mas os dados de geolocalização expostos pelo advogado Renato Gomes, que defende CVC, rebatem a PF e mostram que o ex-assessor estava em Campos dos Goytacazes (RJ), quando ocorreram os ataques de opositores do presidente Lula na Preaça dos Três Poderes, em Brasília.
A informação do advogado, divulgada pela Revista Oeste, mostra que o rastreamento do celular do alvo da Operação Lesa Pátria atesta que ele esteve em um parque, às 11h12. E, minutos depois, circulou próximo a uma escola, seguindo até um supermercado chamado Super Bom, onde permaneceu até 12h07, na cidade fluminense.
Ao pedir que Moraes autorizasse a operação contra Jordy, inclusive para suspender seus sigilos de dados telefônicos e telemáticos, o Ministério Público Federal (MPF) também argumentou que a PF valeu-se de análise de elementos obtidos na conta de Facebook em que CVC postou vídeos dos atos do 8 de Janeiro, tendo uma delas a identificação de sua localização em Brasília, “levando a crer que ele estava nos atos atentatórios contra o Estado Democrático de Direito”.
Mensagem e investigação
A PF ainda concluiu que Jordy tinha poder de ordenar atos democráticos, por sua ligação com CVC, que enviou mensagem sugerindo ter o parlamentar como “líder” e lhe atribuindo “poder de parar tudo”, quando protestos bloqueavam rodovias de Campos dos Goytacazes, em 1º de novembro de 2022, após os resultados das eleições darem Lula como vencedor da disputa contra a reeleição de Bolsonaro.
O próprio deputado reagiu negando atuação nos ataques, dizendo que o Brasil vive uma ditadura, ao criticar a operação como perseguição autoritária e sem fundamento, com motivação eleitoral contra sua pré-candidatura a prefeito de Niterói.
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