facebook

Banner Promo

Moraes diz em entrevista que havia um plano para matá-lo

Em entrevista ao jornal O Globo, ministro criticou postura da Polícia Militar do DF

Foto: Divulgação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta quinta-feira (4), que durante a investigação sobre os atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro foram descobertos planos dos vândalos contra ele, que envolviam até seu assassinato. Na segunda-feira (8), os atos completam um ano.

“Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio. E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”, disse.

PUBLICIDADE

Ao jornal, o ministro contou que não estava no Brasil no dia 8/1, e ficou sabendo das invasões aos prédios públicos ao ver imagens de pessoas invadindo o prédio do Congresso Nacional. Moraes criticou a postura da Polícia Militar do Distrito Federal, e disse que houve inação da corporação, que não conseguiu conter os manifestantes. O magistrado argumentou que as prisões do então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, e do comandante geral da PM, Fábio Augusto Vieira, para evitar efeito dominó em outros estados.

Na entrevista, Moraes também afirmou que a permanência dos manifestantes no acampamento em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, foi um erro das autoridades. Segundo ele, o Supremo Tribunal Federal recebeu mais de 1,2 mil denúncias contra quem estava acampado no local e pedia golpe militar, tortura e perseguição de adversários políticos.

“Se tivéssemos deixado mais pessoas em frente a quartéis (no dia seguinte), poderia gerar mais violência, com mortes e distúrbios civis no país todo. Se não houvesse a demonstração clara e inequívoca de que o Supremo Tribunal Federal não iria admitir nenhum tipo de golpe, afastaria qualquer governador que aderisse e prenderia os comandantes de eventuais forças públicas que aderissem, poderíamos ter um efeito dominó que geraria caos no país”, disse.

De acordo com as evidências levantadas pelas investigações, a ordem dos financiadores era de que os invasores deveriam permanecer no Congresso até que houvesse a decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem para quem o Exército fosse retirá-los.

“Não que o Exército fosse aderir, pois em nenhum momento a instituição flertou (com a ideia). Em que pese alguns dos seus integrantes terem atuado, e todos eles estão sendo investigados”, ponderou Moraes.

Moraes também criticou a instrumentalização das redes sociais e disse que a Suprema Corte terá como prioridade a regulamentação das plataformas no primeiro semestre de 2024. Questionado sobre a responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos atos, ao fazer uma série de ataques ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas, o ministro reafirmou que todas as pessoas sobre as quais houver indícios de participação nas invasões dos prédios públicos na capital, serão investigadas, independentemente de quem seja.

Os comentários estão fechados.

MASTER NEWS