Mário Gobbi, presidente do Corinthians entre 2012 e 2014, relembrou seu convívio com o técnico Tite, atual treinador Flamengo. O ex-dirigente disse que o técnico é “80% coração e 20% profissional”.
Ao ser questionado sobre o técnico no podcast Tomando uma com…, Gobbi disse que ele não retornou ao Corinthians após sua passagem pela seleção brasileira, pois não seria capaz de propor a reformulação que a equipe precisava. O treinador reencontraria nomes que já treinou, como Cássio, Fábio Santos, Fagner, Gil, Renato Augusto e Paulinho, caso aceitasse comandar o Alvinegro após a demissão de Vanderlei Luxemburgo, no segundo semestre de 2023.
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“Acho que o Tite não voltou para o Corinthians porque ele é bom para remar para frente. Quando tem que fazer um corte, uma reformulação, não sabe fazer. Ele ia ter lá oito jogadores do tempo que ele treinava, em 2012. Isso para o Tite… Ele não é 100% profissional. Ele é 80% coração e 20% profissional”, comentou Gobbi, que aproveitou para contar histórias de quando trabalharam juntos no Timão.
“Em 2013, tive uma conversa com ele depois que saímos da Libertadores. Chamei ele, disse que nós não tínhamos mais dinheiro, que precisaríamos limpar. Conversei com os jogadores mais caros para eles procurarem outro clube e pedi que ele (Tite) começasse a colocar Felipe, Marquinhos e tal, que nós iríamos vender. Depois de três meses, ele não colocou ninguém. Chamei ele, perguntei, e ele disse que não conseguia, que são os filhos dele, os parceiros, que deram títulos para ele. Aí eu disse que não estava pedindo, estava mandando, eu era presidente do clube. Ele disse que não conseguia e no final do ano optei por não renovar seu contrato. Ele me deu muito trabalho”, disse o ex-dirigente alvinegro.
“Ele pediu demissão no vestiário, chorando na frente dos jogadores, lá em Mato Grosso do Sul, quando perdemos de 4 a 0 para a Portuguesa. Ele ganhou, é muito bom, mas tem um outro lado dele que vocês não conhecem, entendeu? Tive problemas sérios em 2013 por causa disso. Na hora de reformular, ele não reformulou”, complementou Gobbi.
Juntos, o cartola e Tite ganharam títulos relevantes, como a Libertadores (2012), o Mundial de Clubes (2012), o Campeonato Paulista (2013) e a Recopa Sul-Americana (2013).
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