A última reunião do Grupo de Trabalho de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol aconteceu nesta terça-feira (21) e foi marcado por uma retrospectiva das ações realizadas ao longo da temporada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), bem como das iniciativas resultantes do trabalho do GT.
“Foi um ano de trabalho intenso, com conquistas importantes. Chegamos ao final do ano com as discussões amadurecidas, o que está ajudando a pavimentar os novos caminhos que serão trilhados. Há muito por vir em 2024!”, afirmou Ricardo Leão, Gerente de Desenvolvimento e Projetos da CBF, que conduziu a reunião.
“Ao longo de 2023 conseguimos fazer oito reuniões do GT. Em um primeiro momento houve muitos debates e trocas de informações e ideias. Depois, em uma segunda fase, os trabalhos evoluíram para a construção de propostas e muitas delas já foram colocadas em prática pela CBF, como o início do programa de Agentes de Relacionamento com as Torcidas, as campanhas de comunicação de forma continuada nos canais da entidade. E, por fim, nos últimos quatro meses, a CBF participou de um amplo debate com a sociedade, em uma etapa que chamamos de articulação, com presença em audiências públicas no Senado federal, em seminários promovidos pelo Ministério Público, Conselho Nacional de Direitos Humanos e pelas federações filiadas. Com 2024 já batendo à nossa porta, aproveitamos para comunicar sobre novas iniciativas, tanto em relação ao combate ao racismo quanto em iniciativas voltadas para diversidade e inclusão. Em breve, faremos o lançamento oficial dessas iniciativas, que integram o Programa de Desenvolvimento que o Presidente Ednaldo lançará na próxima semana”, detalhou Ricardo Leão.
GT de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol
Créditos: Nelson Terme/CBF
Marcelo Carvalho, diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, destacou a importância do trabalho desenvolvido pelo GT para a conscientização dos agentes do futebol.
“O Grupo de Trabalho tem sido muito importante. O racismo está presente no futebol moderno desde a sua introdução no Brasil, enquanto o Observatório existe há apenas 10 anos e o GT completou agora a sua primeira temporada em uma entidade centenária. São os primeiros passos. Finalmente estamos começando a falar de racismo no futebol de forma efetiva, com um monitoramento contínuo e que está saindo dos casos individuais para trabalhar em cima do racismo institucional, quando começamos a falar da inclusão de mulheres e homens negros nos espaços de gestão. Ou seja, nós estamos evoluindo”, avaliou Marcelo Carvalho.
Na retrospectiva do ano de 2023, foi possível enxergar a série de avanços ocorridos. A partir da liderança e protagonismo da CBF, outras entidades se uniram ao movimento. O Encontro sobre a Violência nos Estádios de Futebol, promovido pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), em agosto, é um exemplo. O Manual de Atuação do Ministério Público na Tutela Coletiva da Segurança em Grandes Eventos é mais um desdobramento.
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Outro ponto de destaque foi a publicação do Levantamento sobre a Diversidade no Futebol Brasileiro, um trabalho da CBF, Observatório da Discriminação Racial no Futebol e da Nike, que realizou ampla coleta de dados junto a árbitros, atletas e comissões técnicas de clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro masculino, além das Séries A1 e A2 feminino na temporada 2023.
Outros importantes acontecimentos foram a audiência pública da Comissão de Esportes do Senado, a assinatura de um protocolo de intenções visando iniciativas de cooperação com o Ministério da Igualdade Racial e o início do programa de Agente de Relacionamento com a Torcida, em parceria com União Europeia, UEFA e CONMEBOL.
Para o futuro próximo, o trabalho em torno do combate ao racismo e a luta pela inclusão terá programas voltados para o desenvolvimento e capacitação de lideranças negras no futebol. Em 2024, será a vez do Professoras Pretas e, a partir de 2025 e 2026, o Lideranças Pretas, voltado para homens e mulheres. Em três anos, serão destinados R$ 250.000,00 para a realização destas iniciativas. Haverá também novas iniciativas voltadas para as mulheres e para o futebol feminino, como parte de um amplo programa de desenvolvimento que será apresentado em breve pelo presidente da CBF.
Ao final da reunião, os participantes elogiaram as iniciativas e manifestaram a disposição de seguir desenvolvendo mais ações para erradicar toda e qualquer violência do mundo do futebol, dentro e fora dos campos. A próxima reunião do GT de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol acontecerá em fevereiro de 2024.
Fonte: CBF
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