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Parapan: Brasil é ouro no tiro com arco e garante vaga em Paris 2024

Eugênio Franco, de 63 anos, venceu adversário norte-americano na final

Foto: Marcello Zambrana/CPB

O arqueiro cearense Eugênio Franco teve muito o que comemorar nesta quarta-feira (22) no Parapan de Santiago (Chile). O atleta de 63 anos – o mais experiente da delegação brasileira na capital chilena – garantiu a medalha de ouro ao ganhar por 135 a 123 do norte-americano Jason Tabansky na final do tiro com arco composto da classe WH1 (atletas com deficiências graves em três ou quatro membros). Somente hoje o Brasil, líder disparado no quadro de medalhas, subiu mais de 40 vezes ao pódio.

“A expectativa é muito grande para Paris. Quero trazer a primeira medalha do tiro com arco para o Brasil nos Jogos”, disse Eugênio Franco, que fará 64 no dia 15 de dezembro e tem espondilite anquilosante, doença reumática que afeta as articulações.

Sinônimo de garantia de medalhas em Santiago, a natação teve mais um dia repleto de pódios. Começou com dobradinha nos 50m livre classe S12 (baixa visão) com o segundo ouro da pernambucana Carol Santiago, com o tempo de 27s18 e bronze da paraense Lucilene Sousa (28s62). A prata ficou com a norte-americana Grace Nuhfer (27s90).   A dupla voltou a brilhar nos 100m livre, desta vez com ouro e prata, respetivamente. Carol venceu ao completar a disputa em 1min00s12, e Lucilene (1min02s10) chegou em segundo lugar. A terceira colocada , com o bronze, foi a venezuelana Belkis Mota (1min08s00).

“Essa competição é diferente, ela dá uma simulada no que vai ser os Jogos Paralímpicos e eu fico muito feliz de entrar, cair na água e estar lutando pelo ouro para o Brasil. Eu acho que hoje a gente tem uma equipe visual que é muito forte, quando a gente vai para um Campeonato Mundial, a gente arrasa, a gente põe medo mesmo nos outros atletas e eu só tenho a agradecer porque é um prazer mesmo fazer parte dessa equipe”, se derramou a pernambucana, campeã paralímpica nos Jogos de Tóquio.

Também teve pódio duplo verde e amarelo com ouro e prata na prova dos 100m peito da classe SB5 (comprometimento físico-motor). A mineira Laila Suzigan assegurou o ouro e bateu o recorde pan-americano ao encerrar o percurso em 1min57s01 – a marca anterior de 1min59s32 foi obtida pela compatriota Paloma Sampaio, na edição de 2015, em Toronto.  Já a prata foi para a coleção de Esthefany Rodrigues (2min06s07,), que na véspera já conquistara o ouro. Em terceiro, com o bronze ficou a mexicana Vianney Trejo “(2min06s59).

Aqui é uma competição bem diferente do Mundial. Lá a gente nada provas mais específicas, geralmente são as nossas principais. Aqui, eu e a Esthefany estamos nadando praticamente todas que dá. É uma competição bem cansativa, extensa, mas é bom porque a gente busca estar em performance por muito tempo. Acho que estamos nadando bem, mesmo no fim de ano, com o cansaço da temporada, e focando em Paris já”, analisou Suzigan.

Entre os homens, o gaúcho Roberto Alcade conquistou o ouro na prova dos 100m peito da classe SB5 (comprometimento físico-motor), com o tempo de 1min37s11, à frente do argentino German Arevalo (1min39s82), segundo colocado e também do colombiano Julián Triana (1min45s11) que levou o o bronze.

A primeira dobradinha masculina no pódio foi na prova dos 100m  costas da classe S11 (atletas cegos), com ouro do brasiliense Wendell Belarmino, que cravou o tempo de 1min13s64 e o bronze do carioca José Perdigão ( 1min18s47). O colombiano Leider Lemus (1min16s9) chegou em segundo lugar e ficou com a prata.

O mineiro Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, faturou nesta quarta (22) sua terceira medalha de ouro em Santiago. Ele foi o mais rápido nos 50m livre da classe S2 (comprometimento físico-motor), com a marca de 52s09.  Completando o pódio, a prata ficou com o chileno Alberto Abarza (1min02s33) e o bronze com o  mexicano Cristopher Tronco, com 1min05s18.

“Terceira prova, terceiro ouro, terceiro recorde parapan-americano. Estou muito feliz, muito satisfeito. Queria um pouco mais, porque eu sou um cara que me cobro muito, então eu sempre quero mais, mas foi o melhor que tinha para esse momento. Saio bem satisfeito e muito feliz pela minha família estar aqui me apoiando e torcendo. Hoje era a prova que eu mais queria nesse Parapan, era a prova que eu estava mais focado, que eu tinha treinado mais”, disse Gabriel Araújo, 21, que tem focomelia, doença congênita que impede a formação completa de braços e pernas.

Edição: Cláudia Soares Rodrigues

Fonte: Agência Brasil

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