O Senado francês aprovou uma proposta de lei que proíbe o uso da linguagem inclusiva de gênero nas comunicações oficiais na França.
A legislação agora segue para votação na Assembleia Nacional, embora ainda não tenha sido anunciada uma data.
“Não há necessidade de adicionar pontos no meio das palavras, ou hifens, ou qualquer outra coisa para torná-la legível”, disse Macron. Ele também declarou que o francês é uma língua que “constrói a unidade da nação”.
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“Precisamos deixar de viver esta língua, de se inspirar nos outros, de roubar palavras, inclusive do outro lado do mundo (…) para continuar a inventar, mas também para manter os seus alicerces, os fundamentos da sua gramática”, disse Macron.
A iniciativa do Senado visa a anular a validade de qualquer documento que use a linguagem inclusiva.
Proibições
A legislação deve proibir o uso desse tipo de linguagem inclusiva no ambiente de trabalho, em anúncios publicitários e em contratos, “sempre que a legislação (ou órgãos reguladores) exigir que um texto seja redigido em francês”.
A esposa do presidente francês, Brigitte Macron, juntamente com a Académie Française, têm protestado há algum tempo contra o que consideram um “abuso bárbaro de sintaxe”.
Macron destacou a existência de dois pronomes, “ele” e “ela”. “A língua é bela. E dois pronomes estão adequados.”
“Um obstáculo à compreensão”
A proibição foi sugerida por Pascale Gruny, senadora do partido Les Républicains pelo departamento de Aisne, que se recusou a usar o termo neutro para “senadora”.
Em declarações à mídia francesa, ela afirmou que a escrita inclusiva corre o risco de tornar a linguagem menos acessível para pessoas com dificuldades de alfabetização ou deficiências, representando uma “ideologia que ameaça a clareza de nosso idioma”.
Em 2021, a Académie Française argumentou esse ponto em uma carta aberta desencorajando o uso de tal linguagem.
‘Segunda língua’
“Além do fato de que não corresponde à língua falada, essencialmente impõe uma segunda língua, cuja complexidade penaliza as pessoas com deficiências cognitivas, como dislexia, dispraxia ou apraxia.
“Em última análise, essa tentativa de tornar as coisas mais justas simplesmente reforça a desigualdade”.
Marine Le Pen, do partido de direita Rassemblement National, foi ao X (antigo Twitter) apoiar a proibição, afirmando que a língua francesa é um tesouro que “deve ser protegido contra o wokerismo, do qual a linguagem inclusiva é outra manifestação sinistra e grotesca”.
Fonte: Guiame