A Neuralink — startup de chips cerebrais do bilionário Elon Musk — anunciou, neste mês, que abriu as inscrições para o primeiro teste de implante em seres humanos.
O formulário foi liberado para receber candidaturas de pacientes com paralisia: “Nesta primeira fase de testes, podem se inscrever pessoas que sofrem de paralisia causada por lesão na medula espinhal cervical ou pacientes que sofrem de esclerose lateral amiotrófica com mais de 22 anos de idade”.
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De acordo com a Revista Forbes, o estudo tem como objetivo testar a segurança e a eficácia da interface cérebro-computador implantável e sem fio da Neuralink, para permitir que pessoas com paralisia controlem dispositivos externos com seus pensamentos.
Sobre o experimento
Uma notícia da Jovem Pan mencionou que o chip não ficará visível do lado externo da cabeça e não depende de cabos: “A bateria dura 12 horas e o carregamento acontece por indução”.
Já na segunda fase o chip implantado no cérebro vai se comunicar com outros chips colocados na medula espinhal. A ideia é criar uma ligação da área lesionada e, assim, “fazer renascer as vias de comunicação”.
A cirurgia para colocar o chip será feita por um robô para que seja possível ligar milhares de fios finos no cérebro e para que possa ser feita a leitura dos impulsos elétricos e sua conversão em comandos.
‘Segurança e funcionalidade’
Conforme o jornal digital GZH, o estudo foi batizado de Prime — abreviação de Precise Robotically Implanted Brain-Computer Interface, em inglês — e deve avaliar a segurança e funcionalidade do implante e do robô cirúrgico.
O robô será utilizado para instalar o chip em uma região do cérebro que controla o movimento, o que deve permitir que pessoas com paralisia controlem dispositivos externos com seus pensamentos.
Experimento com macacos
Musk havia planejado a inauguração dos testes em humanos para 2020, depois adiou para 2022, mas teve problemas depois de ser investigado por violações de bem estar animal enquanto fazia testes com macacos. Ele negou ter havido qualquer tipo de sofrimento animal.
Na ocasião, o Guiame publicou sobre a morte de 15 macacos após testes com chips cerebrais. A startup foi acusada de maus tratos e sofrimento extremo dos animais durante os experimentos.
Recentemente, pesquisadores suíços conseguiram avançar no campo dos implantes cerebrais e ajudaram um cidadão holandês a andar com a ajuda de implantes, que, através de tecnologia sem fio, enviam comandos às suas pernas e pés. Isso pode ter ajudado a FDA (Food and Drugs Administration) dos EUA na aprovação dos testes.