No decorrer da atuação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, foi denunciado supostos abusos praticados pelo Instituto Socioambiental (ISA), em Pari-Cachoeira, distrito de São Gabriel da Cachoeira (AM).
O Senador Plínio Valério denunciou que a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) estaria dificultando a ida da CPI a São Gabriel da Cachoeira com várias exigências, entre elas a que não divulgue, na TV Senado, imagens da audiência pública com os indígenas na comunidade Pari-Cachoeira.
O Senador inclusive atendeu a outras exigências, como vacinas contra a Febre Amarela, Covid, atestado de saúde, e a apresentação do plano de trabalho da comissão. Mais, informou que não assinaria o documento imposto pela fundação se comprometendo a não divulgar as imagens da sessão.
“Se a Funai quer conflito, conflito vai ter. Não vou assinar. A Funai esta confundindo as coisas: eu não pedi permissão para ir, eu comuniquei que iria”, disse o Senador.
Obras não vem sendo concluídas
Lideranças afirmam que o Isa está sempre prometendo melhorias na comunidade, mais que não passa de promessas. Segundo as investigações da CPI, documentos comprovam a captação de recursos pela ONG em torno de R$ 12 milhões do Fundo Amazônia, que seriam destinados a um projeto vago e amplo, mais não saiu do papel.
Uma das lideranças indígenas de Pari-Cachoeira, o Cacique Domingos Brandão, da etnia dos tucanos, declarou que um criadouro de peixes encontrava-se entre as obras que seriam realizadas pela ONG, mais que não teria sido finalizado.
“Eles utilizam nosso nome apenas para arrecadar recursos”, disse o Cacique, ao reprovar a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro, que teriam relações próximas com o Instituto.
Um outro indígena também se pronunciou neste sábado 02, ele afirma que o ISA paga muito pouco pela pimenta produzida pelos indígenas, e a revende com preços muito maior para uma fábrica na Irlanda, sem os indígenas terem nenhuma participação nos lucros. “Se aproveitam do nosso conhecimento, mais e a nós?”
Indígenas da região de São Gabriel (AM) levaram cerca de 14 dias para chegar ao encontro da CPI das ONGs. Os indígenas tem esperanças que a CPI possa punir as irregularidades, e ajudar a solucionar os problemas da região de São Gabriel.